terça-feira, 31 de agosto de 2010

Livre


Livre. Uma sensação de liberdade e conforto apodera-se de mim. Uma brisa leve passa por mim como se nada fosse. O mar ao longe exerce o seu poder e toma posse das mais meras sensações de simplicidade. No silêncio que reina, nenhum som é mais importante que o bater de um coração. Sinto-o. O medo de entregar-me a ele começa a atingir-me e penso em recuar. Não recuo. Insisto em continuar a senti-lo. E sinto-me a envolver com o espaço que me rodeia. As sensações que me envolvem começam a ganhar forma. E começo a entender coisas que antes não entendia. O meu olhar ganha um novo horizonte. As minhas mãos, um novo conhecimento. A minha alma evolui. E a sensação de sentir intensifica-se. Começo a imaginar coisas irreais, a sonhar. E isso apodera-se de mim. Passo a um estado sonhador e aventureiro que quer partir à descoberta. Abro os olhos. E volto a mim mesma, ao mundo realmente como é.


Sonhar é bom. Mas sentir é melhor.


sábado, 28 de agosto de 2010

É uma ilusão

Porque será que quando mais preenchidos estamos mais nos sentimos infelizes e a precisar de algo mais? Temos tudo o que precisamos para ser felizes mas mesmos assim não chega. Precisamos de ter sempre essas essências connosco, precisamos delas para viver cada segundo, cada instante. E não deveria ser assim. Devíamos conseguir fazê-lo. Saber que termos as essências necessárias para sermos quem somos devia dar motivos suficientes para conseguir avançar a cada instante, para viver sem ter medo de nada. Mas não. Pensamos que como não as temos sempre connosco não as temos realmente. Mas não passa de uma ilusão. Só por não estarem sempre connosco, não quer dizer que elas não estejam realmente. A maioria das vezes até estão, mas não nos apercebemos disso. E precisamos de aprender isso. É nos uma tarefa descobrir onde estão presentes. No nosso coração, no nosso pensamento ou até em cada acto e gesto que fazemos. Não podemos desistir se sentimos que por vezes não estão connosco. Temos que batalhar para perceber que independentemente de tudo essas forças que nos fazem crescer e viver estão sempre connosco, só que por vezes não estão sempre visíveis. É tudo uma questão de aprender a senti-las. E cada pessoa é livre de escolher essas essências. Mesmo sendo pessoas, gestos, sentimentos, momentos. O importante é não desistir delas pois são elas que nos dão força para sermos quem somos… A ausência que por vezes sentimos pode não ser real... É uma ilusão.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Saber...

Às vezes parece que tudo é um erro. Parece que o mundo virou e somos os únicos que nos conseguimos manter em pé. Pensamos que a nossa vida podia ser melhor e queixamo-nos tanta vez sem olhar para o resto. Queremos desaparecer sem deixar qualquer rasto, para um cantinho do mundo onde ninguém nos encontre, onde não haja ninguém a dar opiniões sobre a nossa vida e onde não temos que dar justificações dos nossos actos. Refugiamo-nos no nosso interior. A escuridão e solidão tomam posse do nosso consciente e o inconsciente passa a dominar-nos. Com ele aprendemos a dar valor a certas coisas que achávamos insignificantes. E percebemos que devíamos dar mais importância a momentos simples, que por terem essa simplicidade tornam-se especiais e inesquecíveis. Aprender a sobrevalorizar cada instante em que vivemos é um obstáculo que temos que vencer, pois em cada instante descobrimos uma nova sensação, aprendemos e sentimos algo que nunca tínhamos descoberto, nem que seja um mero movimento, ou uma mera rajada de vento na cara, um mero carinho. Se não aprendermos a dar valor a simples coisas como estas, quem seremos? Não podemos excluir estas sensações pois fazem parte de nós. Quer queiramos quer não. Temos que aprender a lidar com elas e saber usufrui-las ao máximo pois com elas descobrimos que nem sempre o mais acertado é o caminho certo a seguir. Sentir é importante. Mas é saber escutar o que sentimos é muito mais…

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Viver

Quando mais nos tentamos manter afastados de certas realidades, mais nos aproximamos. Quando mais desejamos continuar a ter uma coisa, mais a perdemos. Quando mais tentamos avisar alguém do perigo que corre, mais essa pessoa sente a necessidade de se aproximar dele para se sentir segura. A vida é feita disto. Feita de escolhas, de oportunidades, feita de momentos. Uns bons, outros maus. Mas o que realmente interessa é saber como vivê-la. Não errar é desumano. Chorar é importante. Sorrir é essencial. Mas aproveitar cada instante é imprescindível, pois se não soubermos aproveitar cada oportunidade de viver que nos foi dada, quem o fará por nós? Erramos ao pensar que a vida não passa de meros momentos. Na realidade, até não passa de meros momentos, mas são estes meros momentos que a preenchem e a tornam tão especial e memorável. Acho que erramos ao julgar as pessoas pela aparência e pela idade. Cada pessoa é como é, não pela sua aparência nem pela sua idade, mas sim pela forma como decide enfrentar cada dia, cada obstáculo, cada instante. E não as pudemos julgar… Pois cada uma é diferente da outra, cada uma decide quando a melhor altura para avançar para o obstáculo seguinte. E ninguém as deveria impedir de serem elas a fazer estas escolhas nem de serem elas a decidir, pois só elas saberão quando é a altura certa para crescerem. Ser feliz é importante e só cada um sabe o que o faz assim. Uns, são felizes simplesmente vivendo um dia de cada vez. Outros, planeando os dias. E existem muitos outros. Para mim, ser feliz é viver ao lado das pessoas que amamos, saber respeitar os limites destas. É aproveitar cada momento, cada segundo, cada sorriso, olhar, inspiração, é receber de abraços abertos tudo o que nos aparece pela frente, mesmo que nos doa. É sorrir quando mais nos apetece chorar. É amar mesmo que essa pessoa nos odeie. É chamar de amigo aquele nos protege e nos adora. É ser como somos, e não como queremos! Uns preferem desperdiçar a vida, outros nem se importam com o que lhes aparece à frente. E eu? Eu prefiro aproveitá-la… Pois nunca se sabe o que me pode aparecer, e mesmo que não seja tão bom, continuarei a pensar assim, pois são com os nossos erros, medos e obstáculos que aprendemos e descobrimos o que nunca antes tínhamos sentido e visto.

Não podemos escolher viver. Mas podemos sempre escolher aprender a viver.

sábado, 7 de agosto de 2010

Nada é por acaso


Sonhar é bom quando sonhamos com todo o nosso coração e alma.

Querer é pouco quando se trata de algo imprescendível.

É preciso lutar por aquilo que queremos, batalhar até não termos força nem coragem para seguirmos o que sonhamos. E para isso é preciso não esquecer a nossa essência interior. Ela é que nos faz desistir quando é preciso fazê-lo. Faz-nos avançar quando é a altura certa. Faz com que mudemos de ideias quanto a certos assuntos, faz-nos ver a vida de uma maneira que não conhecíamos se mostrarmos que queremos ir mais além do que até agora descobrimos.

A essência é tudo. É a base daquilo que fomos, somos e seremos.
A essência da nossa alma faz-nos ser nós próprios. E a essência do nosso coração faz-nos seguir os nossos sentidos. Sem elas, não passaríamos de meros seres sem a noção de sentimentos, sem a noção de que à nossa volta nada acontece por acontecer, e que tudo tem uma magia, por mais que insistemos em provar e dizer o contrário.

Nada é por acaso.