sábado, 5 de maio de 2012

Um mundo do avesso

« O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade… sei lá de quê! » Florbela Espanca

 

Uma alma que não sabe bem onde está nem onde quer estar.

 Um mundo do avesso onde a chuva são raios de sol. Onde as ondas do mar são ondas de fogo. Onde o ódio se torna paixão e a paixão se torna ódio. Onde uma amizade cria inimigos e os inimigos se tornam chegados. Onde a insegurança reina ao contrário das certezas. Onde vento é brisa e a brisa é vento. Onde o perfeito é imperfeito e o imperfeito é perfeito. Onde o tudo pode virar nada, e o nada pode ser mesmo tudo. Um universo onde o tempo foge e deixa marcas que jamais se esquecem. Um mundo onde uma simples palavra, uma ausência de olhar, uma ambiguidade pode significar o fim deste.  Um sonho onde o futuro é inesperado e assustador. Uma viagem onde o que interessa não são as aventuras em si mas com quem as vivemos. Um sentimento infinito, eterno, onde palavras não chegam para descrever a sua milésima parte e gestos são apenas uma forma de o demonstrar. Um abraço conhecido, um beijo reconfortante. Uma alma que se encontra no meio de tanta confusão.

2 comentários:

  1. Há que encontrar a forma certa da confusão fazer sentido...do torto parecer direito, do imperfeito encaixar na diversidade de formas que os sentimentos têm! Vive do avesso minha princesa, vive em confusão de sentimentos, mas vive...vive sempre intensamente! Bjo grande :)

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